Pesquisas

Já pesquisou dispensa matrimonial? Não perca tempo que vale a pena

Os processos de dispensa matrimonial estão entre os registros mais interessantes e aprofundados para a pesquisa genealógica. Eles são, basicamente, uma autorização para que um casal possa se casar na igreja, pelo menos na católica.

Entretanto, para que fosse dada essa autorização, a Arquidiocese fazia um levantamento de documentos dos noivos, dos pais dos noivos e assim por diante. Além disso, em geral realizava entrevistas com paroquianos. O objetivo era saber se havia algum impedimento para o matrimônio.

Entre esses impedimentos estão os graus de consanguinidade. Ou seja, se são parentes. Se são muito próximos, era possível que o casamento fosse proibido. Mas se os noivos eram primos em segundo grau já era bem provável que fossem autorizados a seguir com o matrimônio.

Claro que depende da Arquidiocese, mas normalmente os processos de dispensa matrimonial apresentam informações muito importantes para a árvore genealógica. Neles podem constar os seguintes dados:

– Data e local de batismo dos noivos;
– Cópia do registro de batismo dos noivos;
– Nome dos pais e naturalidade;
– Registro de óbito dos pais, se for o caso;
– Entrevistas com paroquianos sobre os noivos;
– Árvore genealógica para provar algum grau de consanguinidade.

Essas são algumas das informações que você pode encontrar em um processo de dispensa. Vale lembrar que nem sempre pode conter tanta coisa, mas eu recomendo encontrar esses documentos durante a sua pesquisa genealógica.

Em geral as dispensas estão em posse da Arquidiocese. Na internet, no FamilySearch, há várias arquidioceses que liberaram a digitalização. Entre as principais, por exemplo, está a de São Paulo. Há outras em Minas Gerais e Paraná, até onde eu pesquisei, mas certamente há outros lugares, inclusive fora do Brasil.

Consultando esses registros consegui avançar significativamente na minha árvore genealógica. Em alguns casos, foi fundamental para desatar alguns nós que persistiam. Vou dar alguns exemplos.

Em um ramo materno, não conseguia avançar além do casal Manoel Teixeira da Luz e Maria Ribeiro do Valle. O processo de dispensa matrimonial dos dois em Pouso Alegre me entregou os dados dos pais de ambos e as naturalidades, e aí em diante foi seguir a pesquisa.

Do lado do meu pai, os expedientes matrimoniais da Arquidiocese de Granada, na Espanha, foram fundamentais. E há dois casos interessantes em que os noivos eram parentes em algum grau de consanguinidade e por isso foram desenhadas as árvores genealógicas até chegar no parente em comum. Só assim foi suficiente para avançar gerações.

Árvore genealógica para mostrar grau de parentesco entre dois antepassados meus.

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