Experiências

Desvendando o sobrenome de antepassados espanhóis

Um dos principais entraves para descobrir os antepassados e avançar na árvore genealógica é a dificuldade para decifrar determinados nomes, em especial aqueles que são escritos de forma equivocada. É um obstáculo.

Em geral, isso ocorre com sobrenomes estrangeiros. Ao desembarcarem no Brasil, os imigrantes falavam o nome e as autoridades escreviam. Só que o que se falava poderia ser muito diferente do que se registrava.

Ou simplesmente com o passar dos anos, os sobrenomes acabavam sendo aportuguesados. Meu sobrenome, por exemplo, é “de Francisco”, que na verdade era “Defrancesco” na Itália.

Um dos casos mais emblemáticos dessa dificuldade para decifrar sobrenomes foi de uma tataravó do lado paterno. Ela se chamava Maria de La Concepción Gualda.

Em todos os documentos que tínhamos dela ou dos filhos dela, em nenhum o sobrenome era realmente Gualda. Tinha um pouco de tudo: Guosda, Gravada, Guarda (esse era o mais próximo), até mesmo Eduarda.

Casamento de Floriano Perez, filho de Conceição Gravada, ou melhor, Concepción Gualda.

E ao buscar por esses sobrenomes na Espanha (sabíamos que era de lá), simplesmente não havia correspondência alguma, o que dificultava qualquer pesquisa, ainda mais que não tínhamos ainda a cidade de origem dela.

O fim do mistério foi quando meu pai começou a procurar pelos filhos dela no Porto de Santos, já que por ela estava complicado. E foi aí que chegamos ao nome correto. Na lista de bordo do navio Colombo, que desembarcou no Brasil em 6 de novembro de 1890, estava lá: Concha Gualda. Concha é um apelido para Concepción na Espanha.

Lista de bordo com o sobrenome correto: Gualda.

A partir daí foi mais fácil encontrar esse ramo espanhol do meu pai. Com o sobrenome correto acabamos chegando à cidade de onde ela e os filhos vieram. Para quem é curioso, a cidade se chama Bérchules e fica na província de Granada.

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